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Turismo

O Recife é assim: um lugar repleto de curiosidades, representações culturais e caminhos a desvendar. E o bairro de Boa Viagem, onde ficam os hotéis, a praia e o Shopping Recife, é um ótimo ponto de partida para começar a descobrir a bela cidade. Pronto para conhecer o Recife?

Roteiro 1: Orla de Boa Viagem, Pracinha e Parque Dona Lindu

Cartão-postal oficial do Recife, a beira-mar de Boa Viagem é o endereço de muitos dos melhores hotéis da capital. Também pudera: são oito quilômetros - incluindo a vizinha Praia do Pina até o encontro com Brasília Teimosa – de calçadão e areia branquinha intercalando quadras de esportes, ciclovia, skate park, parques infantis e as famosas barracas de coco. Na areia, os vendedores ambulantes fazem a festa de quem curte o sol: tem caldinho de feijão, queijo coalho, raspa-raspa, caipirosca... Estire a canga de praia e aproveite o seu pedacinho de areia. Aos sábados, alguns pontos superlotam. Atenção apenas às placas com os avisos de tubarões: nada de ir para o fundo ou entrar na água quando ela está turva. Curta a maré baixa, as áreas com arrecifes (olha eles aí!), os banhos de chuveiro e a vista, impecável. Caminhando mais ao sul, dois atrativos agradam em cheio aos turistas: a Pracinha de Boa Viagem e o Parque Dona Lindu. O primeiro tem como destaque a igrejinha dedicada à santa que dá nome ao bairro, Nossa Senhora da Boa Viagem, datada do século 17. O templo abriga eventos religiosos, então se der sorte de encontrar aberto, entre e faça os três pedidos que os viajantes têm direito ao entrar numa igreja pela primeira vez. Depois, circule pela feira de artesanato. Indo mais adiante no calçadão, o Parque Dona Lindu logo é avistado. O complexo cultural conta com a Galeria Janete Costa, que abriga exposições temporárias, e o Teatro Luiz Mendonça. Trata-se do segundo equipamento do Estado assinado por Oscar Niemeyer. As linhas sinuosas e o traçado do parque denunciam a marca peculiar de um dos maiores arquitetos brasileiros. Há ainda pista de skate em formato bowl, quadra poliesportiva, pista de cooper e parque infantil.

Roteiro 2: Bairro do Recife, onde tudo começou

Coração do Recife e destino obrigatório de qualquer passeio pela capital pernambucana, o Bairro do Recife tem origem no século 16, bem no comecinho da história da cidade. Na última década, ganhou novos e bons equipamentos, como o Complexo Cultural Cais do Sertão, hoje um dos principais museus do Recife. Dividido em dois módulos, com auditório, exposição permanente - com acervo de Luiz Gonzaga e peças destacando a cultura sertaneja – e mostras temporárias, o Cais é um passeio imperdível. Reserve pelo menos duas horas e meia para visitar com a calma que ele merece. Ao sair, passe no Centro de Artesanato de Pernambuco, bem ao lado, com ótimas opções da arte popular produzida em todo o Estado. Difícil vai ser escolher a peça certa para levar para casa.

Estique a visita indo até o Paço do Frevo, outra construção recente e igualmente celebrada pelos pernambucanos, localizada na Praça do Arsenal da Marinha. O museu oferece uma verdadeira aula sobre o ritmo oficial da folia do Recife, considerado Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Unesco. Na edificação datada do século 19, funciona o Centro de Documentação Maestro Guerra Peixe, que guarda partituras, objetos, livros e pesquisas sobre o frevo. Afora o cuidado em oferecer fonte para os pesquisadores, o espaço celebra a história do Carnaval exibindo estandartes das principais agremiações, trechos de frevos famosos e um pouco da vida dos personagens responsáveis por perpetuar o gênero, que é música e é dança. Perca a timidez e caia no frevo. E se prepare para ser tomado pela vontade de agendar uma visita para o próximo Carnaval. Após uma caminhada pela histórica Rua do Bom Jesus, a próxima parada é o famoso Marco Zero. Palco de grandes eventos, como o Carnaval, ele é identificado hoje pela rosa dos ventos projetada pelo artista plástico modernista Cícero Dias. A melhor hora para visitar é no fim da tarde, quando a brisa convida a sentar na murada, observar o mar, o Parque de Esculturas de Francisco Brennand ao fundo, e o colorido que os últimos raios de sol imprimem aos prédios seculares no entorno da praça

Roteiro 3: O Centro: do Mercado de São José, do Pátio de São Pedro e das igrejas

O Centro de uma cidade é, em geral, um lugar muito curioso para se visitar. Tem comércio variado, gente andando para todo lado, e quase sempre fica na parte mais antiga do destino. Na Capital pernambucana, é exatamente assim. Espalhando-se por bairros como Santo Antônio, São José e Boa Vista, o Centro do Recife reúne na mesma proporção comércio e história, presente em ruas estreitas e cheias de igrejas, pátios e casario antigo. Para otimizar o tempo de visita, é possível restringir o passeio aos bairros de São José e Santo Antônio.

O Pátio de São Pedro, com a imponente Concatedral de São Pedro dos Clérigos, pode ser o ponto de partida. Tradicional palco de eventos culturais e da vida noturna recifense, o Pátio conta com pequenos restaurantes e alguns bares. Vale a pena visitar o templo também, originalmente erguido no século 18 e reformado recentemente, chamando a atenção de longe pela porta monumental com rico trabalho em cantaria. Dentro, é ainda mais bonito. É possível subir até a torre para ter uma vista única do Recife. Nas redondezas, outras edificações religiosas se destacam, como a Igreja de Santa Rita, São José do Ribamar e de São José. O destino final é o tradicional Mercado de São José. Com projeto comandado pelo arquiteto francês Louis Léger Vauthier, responsável também pelo Teatro de Santa Isabel, outro patrimônio pernambucano. O mercado tem arquitetura em ferro, típica do século 19. Foi inaugurado em 1875, é tombado e oferece em seus boxes um pouco de tudo: de pescados e carnes a artesanato e artigos religiosos. Próximo ao Mercado, no Cais de Santa Rita, é possível encontrar feirantes e provar a variedade de frutas do Nordeste: seriguela, caju, pitanga, acerola, cajá, pitomba... O sabor do passeio será o da fruta da época.

Roteiro 4: Olinda, linda

Do Shopping Recife, é possível ainda pegar um ônibus ou táxi e seguir direto para a cidade-irmã de Olinda, Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Destino certo de 10 entre 10 turistas que visitam o Recife, Olinda conta hoje com passeio de Toyota que permite percorrer os principais pontos turísticos sem cansar as canelas nas ladeiras. Visitar a Cidade Alta é passeio para um dia inteiro. Tem o Mosteiro de São Bento, o Alto da Sé, o Observatório, a Ribeira, o Museu do Mamulengo (Olinda é considerada a pátria dos bonecos), o Museu de Arte Contemporânea e a Casa dos Bonecos Gigantes. Por falar neles, o mais famoso, o Homem da Meia Noite, tem sede aberta à visitação no Largo do Amparo, onde é possível conhecer a história e mística que envolve o calunga mais querido da folia olindense. Descendo as ladeiras, em direção à Rua 27 de Janeiro, no Carmo, a parada deve ser na sede da Pitombeira dos Quatro Cantos, outra agremiação tradicional que recebe os foliões e turistas o ano inteiro. Há exposição permanente dos diversos estandartes já utilizados pela troça carnavalesca criada em 1947. Cansou de tanto andar? Escolha um dos charmosos restaurante e cafés da cidade e aprecie a vista daquela cidade cujo nome vem da beleza que ela esbanja. Conta-se que o primeiro donatário da capitania de Pernambuco, Duarte Coelho, ao observar a região do Alto da Sé, teria disparado: “Oh, linda situação para se construir uma vila!”. E Olinda se fez.

Roteiro 5: Várzea dos museus: IRB e Oficina Brennand

Nos arredores do campus da Universidade Federal de Pernambuco, longe da área tradicionalmente considerada turística, estão dois atrativos que cada vez mais levam os turistas a conhecer essa região da zona oeste do Recife. O primeiro é o Instituto Ricardo Brennand (IRB), considerado o melhor museu da América do Sul. Com um acervo permanente que reúne a maior coleção particular de armas brancas do mundo, além de obras de arte de várias procedências e épocas – coleções de tapeçaria, arte decorativa, pinturas e mobiliário - o complexo reúne o Castelo de São João, pinacoteca, biblioteca e jardins repletos de esculturas. As edificações são em estilo medieval gótico. A outra atração é a Oficina Brennand, criada nas ruínas de uma antiga olaria, a partir de 1971. Com imensa área verde, cercada por remanescentes da mata atlântica e pelo Rio Capibaribe, a Oficina oferece uma paisagem de rara beleza, com esculturas em cerâmica de todos os tamanhos, espalhadas por jardins e vãos abertos. Todo o acervo leva a assinatura de Francisco Brennand, um dos expoentes máximos das artes plásticas brasileiras. Vá num dia de sol, iluminado, e exercite a contemplação. Ao final, sente para um cafezinho e namore uma das peças do mestre ceramista na lojinha de souvenirs.

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